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Comunicação não-violenta é técnica de fala?

2019/09/01 | Nenhum comentário | |






Quando a gente começa estudar Comunicaçãonão-violenta, principalmente pelo livro do Marshall, acho que primeiro é comum um deslumbramento, a medida que vamos entendendo a respeito dos nossos vícios de linguagem, nossa visão de mundo que acaba sendo meio desumanizadora com os outros e com nós mesmos, e etc. Nesse momento rola uma série de “insights”, lembramos de situações passadas, de relações e contextos em que as coisas não vão bem ou de pessoas próximas, muitas vezes queridas, que estão afogadas também em alienação. Não é mais ou menos por aí?



Junto a isso, vem uma imensa dificuldade de colocar em prática as técnicas que ele propõe. Observar sem avaliar, identificar e expressar sentimentos, assumir a responsabilidade por eles, fazer pedidos... Escutar de maneira empática, nu.. É muito complicado....

Nessa hora, também é comum que a gente se depare com muito sentimentos como solidão, frustração, impotência. Eu vejo que as pessoas se silenciam quando não conseguem falar o “girafês”, ficam muito mecânicas, gerando mais desconexão e por aí vai.

Eu considero tudo isso, quando acontece, parte natural do processo de aprendizagem e que, a medida que vamos nos aprofundando, outros elementos começam a surgir e a gente vai entendendo que a CNV não é exatamente sobre aquelas técnicas de fala que aparecem no livro. Existem camadas mais profundas, mais sutis e mais poderosas.

Camadas essas que, quem por exemplo, elencas críticas ao processo de comunicação não-violenta não costuma enxergar. Não que a CNV seja a prova de críticas rs. Mas sim que o debate dificilmente sai dos problemas encontrados pelo uso da técnica de linguagem. Isso, digo, é o que vejo dentro da minha experiência.

Então, pensando nessas sutilezas que se encontram para além de “uma maneira de falar” que eu gostaria de começar essa série: CNV para além da técnica. Pra poder apoiar quem está tentando se apropriar da proposta do Marshall, ou quem apenas tem tentado entender do que se trata.


Lembrando que tudo isso vem da minha vivência com a CNV, meus estudos, contato com outros facilitadores e o apoio as pessoas que participam dos grupos de estudos e encontros que realizo. Também das pessoas que procuram no Instagram e outras mídia em busca de apoio. Portanto, não se trata de uma verdade absoluta. É uma visão minha, e espero que seja útil a você da maneira que achar melhor.

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