Você
já se sentiu atropelado quando tentou se abrir com alguém?
Acontece
quando alguém tenta nos ajudar sem entender essencialmente o que estamos
passando e o que estamos sentindo. As pessoas trazem rapidamente uma associação
qualquer e uma resposta solucionadora, entregando alguma espécie de aspirina
emocional.
E é natural que seja assim. É comum, por exemplo, que
crianças, ao verem um coleguinha chorando, peçam ajuda as próprias mamães para
que se aproximem e aliviem a dor do amigo.
Ou seja, esse incômodo em relação à dor do outro vem antes
mesmo de entendermos exatamente que a relação com nossos papais e mamães é
única e que o coleguinha não faz parte daquele universo.
Nós não gostamos de ver quem a gente gosta em posição de
sofrimento. E, por isso, a reação primeira de alguém que se abre conosco é
a tentativa de alívio rápido. Reduzindo a experiência do outro, forçando
comparações e oferecendo conselhos...
Veja só, às vezes
parece que estamos querendo ajudar, mas acabamos por ser um tanto egoístas, não
é? Queremos aliviar para o outro para que o alívio venha até a nós.
- “Isso é bobagem, a sua vida é ótima”.
- “Pelo menos não aconteceu aquilo outro, poderia ser bem pior”.
- “Mas sua vida é ótima, não venha com esses dramas”.
- “Já passei por coisas muito piores, daqui a pouco você nem se lembra disso”.
Obrigado pelo conselho incrível! |
São algumas das frases
prontas às quais recorremos na hora de acudir aquela pessoa em dificuldade.
Quando isso acontece, a
outra pessoa se sente incompreendida. Julgada e encurralada, ela perde em
autoestima e encontra uma menor motivação para buscar soluções.
Então, sendo assim,
como poderíamos agir realmente em favor daquele que busca o nosso apoio? A
melhor maneira se dá através de uma comunicação empática genuína, mas isso não
é nada fácil. É preciso que respeitemos o outro, e a sua relação com a
experiência partilhada, e que confiemos na sua capacidade de encontrar o melhor
caminho dentro dessa experiência, que é única e particular.
Nesse sentido, separei
três atitudes que facilitam esse processo:
1) Aceitar a experiência do outro.
Por mais que tenhamos
passado por alguma coisa parecida, o que o outro vive é só dele. E se ele
reclama de dor é porque dói. Mesmo que não faça sentido para nós, mesmo que
pareça pequeno. Aceitá-lo verdadeiramente é fundamental. Ele se sentirá
compreendido, adequado e motivado a buscar respostas para si.
2) Confiança e respeito.
No momento em que
alguém se abre conosco, dividindo vivências e revelando sentimentos, essa
pessoa está se expondo e ela só faz isso porque confia em nós. Temos que fazer
dessa confiança, uma recíproca. É importante acreditar que ela é capaz de
escolher os melhores caminhos para si e que para isso, talvez ela precise
passar por esse processo dolorido. É importante que respeitemos também o seu
processo, sendo um lugar de apoio e carinho.
3) A comunicação empática.
É aqui que tudo se
materializa. Aceitar, respeitar e confiar começam com a escuta honesta.
Interessar-se pelo outro, procurar por sua perspectiva e tentar se colocar no
lugar dele, como se fosse ele próprio, comunicando todo o processo. Comunicando
a busca pelo outro, com paráfrases, com confirmações e afirmações da
percepção, para finalmente comunicar a compreensão.
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Grande abraço!
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