Internet é revolução. Mas não de qualquer de maneira. #parte2 - O Espaço - Comunicação Não-violenta Internet é revolução. Mas não de qualquer de maneira. #parte2

Internet é revolução. Mas não de qualquer de maneira. #parte2

2017/09/24 | Nenhum comentário | |

internet é revolução

Continuando a discussão sobre os hábitos nocivos adquiridos com o advento da internet, vamos conversar sobre como a Infomania afeta a nossa convivência enquanto comunidade do ambiente digital.
Acredito muito no potencial da web como ferramenta de revolução e estou certo de que nossa época será estudada no futuro como a primeira a se utilizar dessa ferramenta para promover transformações políticas, econômicas e sociais.
Nasce, agora, a possibilidade de se reduzir a dependência dos veículos de comunicação de massa brasileiros, um oligopólio tão forte e influente que recebe, muitas vezes, o título de Quarto Poder, tendo o peso e a autoridade comparados aos Três Poderes do Estado Democrático (Legislativo, Executivo e Judiciário).
internet é revolução. fora tv

Na verdade, esse nome surge com uma conotação positiva: um quarto poder forte, independente e investigador é peça importante de uma democracia plena, de instituições que funcionam corretamente e são integralmente respeitadas.

Isso é, uma mídia que usa a sua influência para investigar, analisar e denunciar, levando a conhecimento público, atos ilegais e ilícitos, corretos e incorretos dos setores poderosos, entre eles, o meio político.

No entanto, na prática, não é bem isso que acontece, não é verdade? A Grande Imprensa Brasileira é fisiológica e trabalha, historicamente, isenta de qualquer responsabilidade e compromisso em favor de interesses escusos e muito particulares, barganhando com os que deveriam fiscalizar.

>> Mas, e se pudéssemos, então, resgatar e democratizar toda a potência desse chamado Quarto Poder? Tirando-a das mãos de algumas famílias dominantes e o diluindo em todas as camadas da sociedade? Devolvendo a autonomia e o protagonismo do povo frente à uma democracia já esgotada?


É exatamente aqui que se faz morada todo o potencial da Internet.


Eu acredito demais nessa perspectiva e enxergo já a forte presença e influência das redes em todo tipo de evento político e social, seja ele de qualquer porte. Parece-me que uma nova forma de construir o futuro vem emergindo em grande velocidade.

Contudo, nossa relação com a nova possibilidade que a tecnologia nos traz ainda é imatura e precisa ser pensada de modo a tirar o seu máximo proveito. Caso contrário, a ferramenta que deveria ser auxílio, pode se transformar num grande transtorno.

Como tentar usar um martelo para apertar um parafuso, coisas como a Infomania fazem da internet um lugar que, apesar de ter nascido para a construção, promove o extermínio de ideias.

Quero destacar com você cinco dos comportamentos que precisam ser repensados a fim de darmos o próximo passo na convivência da comunidade virtual:

1) Perdemos o hábito da leitura.
Semana passada falamos da dificuldade de concentração pra quem vive conectado. A internet abre o leque de informações e nos dá acesso infinito, porém não conseguimos mais ler um texto na sua integralidade. Passamos pelos títulos, subtítulos e pulamos para a próxima coisa, mas não antes, claro, de deixar uma crítica pesada em cima daquilo.

É nesse sentido que um site norueguês passou a pedir provas de que o texto foi lido antes de liberar o comentário.

2) Extraímos informação de peças rasas.
Pelo dinamismo das redes, pela infomania e a necessidade de consumir o máximo de dados possível o tempo inteiro, acostumamo-nos a extrair informações e moldar nossas opiniões através de tirinhas, gifs e vídeos curtos. Quando o assunto é delicado, dificilmente procuramos nos aprofundar naquilo, compartilhar sem verificar é a ação mais comum.

Isso favorece pessoas mal-intencionadas, robôs, publicações sensacionalistas, forçadas, carregadas de meias verdades, etc.. Estabelecendo um ciclo de ideias sem consistência e consolidando um debate pobríssimo.


3) Criamos bolhas sociais maniqueístas.
Com a dependência da mídia tradicional, consumimos o que escolhem para nós. Online, podemos nos conectar com as mais diversas ideias, visões e posicionamentos, mas não é o que acontece. A tendência é acumular mais e mais conteúdo que nos agrada e nos reforça, bloqueando e excluindo o que nos incomoda.

Quando não de forma manual, os algoritmos das redes sociais fazem por nós, mostrando tudo aquilo que achamos legal e que interagimos mais, a fim de nos manter navegando naquela rede.

Assim criamos bolhas sociais seguras e alienantes nas quais o nosso modo de pensar, sempre validado por nossos semelhantes, pareça o único correto, lúcido e de boa fé.

4) Julgamos rápido demais.
Consumindo sem parar conteúdo de baixo nível mergulhados em uma bolha social alienante, nós não perdemos tempo em julgar quando em contato com o diferente. A possibilidade de se expressar, ter um espaço e ser ouvido - que é uma conquista enorme -, de repente vira arma nas mãos de pessoas perdidas. O bang-bang nas redes tem o nível cada vez menor e o debate de ideias fica sempre em último plano.

Não dá tempo para reflexão, análise, consideração ou pesquisa. A arma das críticas anda sempre carregada e o dedo nunca se desprende do gatilho da tecla ‘enter’.

5) Praticamos desumanização.
Como se não bastasse, é comum que o julgamento venha com altas doses de violência. A proteção de se conectar com alguém dentro do seu quarto, protegido pela tela somada ao fato de que o interlocutor não parece ser nada mais que um nome escrito e uma foto estática dificulta a compreensão de que quem está do outro lado é um ser humano e merece ser respeitado como tal.

Empatia, escuta, compreensão e respeito estão passando longe nesse momento!
------------------------------------ O que você acha respeito? Partilhe a sua experiência!
Grande abraço!

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